segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Minha Bahia, minha Terra, minha Gente.

O verão para o povo baiano é a estação do ano mais aguardada e festejada, uma garantia de alto astral junto a esse povo faceiro, resultado da fusão de brancos, indígenas e afro-americanos. Isso é verdade, pois os festejos populares se sucedem, concentrados no Verão, mas se estendendo por todo o ano, incluindo as festas juninas. As manifestações folclóricas, de diversas origens, encantam baianos e turistas, com exibições ao ar livre e em casas noturnas, de capoeira, maculelê e samba-de-roda.
Toda a fé do baiano se manifesta no ciclo de festas populares, desde as comemorações dos orixás do candomblé - quando todos os "terreiros" da cidade da capital e do interior do estado, batem seus tambores para seus filhos-de-santo dançarem - até as festas da religião católica, que ganham um cunho profano com muito samba-de-roda e barracas padronizadas que servem bebidas e comidas variadas. Em paralelo, as bandas de axé music, de pagode, cantores e cantoras de blocos carnavalescos realizam, quase todos os dias, shows nos mais diversos espaços projetos ou adaptados para turistas e nativos se deliciarem ao som dos ritmos que mexem com o corpo, a sensualidade e o imiginário.
No ciclo de festas populares, o ano já começa com a procissão marítima do Nosso Senhor Bom Jesus dos Navegantes, na qual centenas de embarcações de todos os tipos singram a Baía de Todos os Santos levando a imagem do Bom Jesus da igreja da Conceição da Praia para a capela da Boa Viagem, num belíssimo cortejo de fé.
Depois, vem uma seqüência de festejos, entre os quais destaca-se a Lavagem do Bonfim, uma quilométrica procissão, com todos vestidos de branco, entre a igreja da Conceição e a do Bonfim, no alto da Colina Sagrada. Fazendo jus à máxima de que "quem tem fé vai à pé", a cada ano cerca de 800 mil pessoas garantem a grandiosidade desse evento religioso. Ao chegarem, baianas vestidas tipicamente despejam seus vasos com água de cheiro no adro da igreja e sobre as cabeças dos fiéis, num ritual de fé e esperança.
É, também, destaque, por atrair milhares de fiéis de outras regiões do País, a Festa de Iemanjá, dia 2 de fevereiro, quando os adeptos do candomblé homenageiam a Rainha do Mar, simbolizada numa sereia. A festa acontece no bairro do Rio Vermelho, uma poderosa manifestação de fé na força da Mãe d'Água, que tem seu desdobramento profano nas barracas padronizadas, onde a crença se transforma em samba.
Vale a pena deixar ali uma oferenda para Iemanjá, acompanhada de um pedido.
Existe uma composição baiana de Jauperi - Pierre Onasis, chamada CANTO AO PESCADOR que diz o seguinte:
Jogou sua rede
Oh, pescador!
Se encantou com a beleza
Desse lindo mar
Dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
Para lhe ofertar
E sem idolatria
Olodum seguirá
Como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer
Sei que o mar da história é agitado
E o Olodum a onda que virá
Em forma de dilúvio vem me despertar, amor
Em forma de dilúvio vem exterminar
Com seqüelas racistas
E trazendo ideais de amor e paz
Oloxum, Inaê, Janaína
Mara, Mara, Mara, Marabô, Caiala
Sobá
Viaja, ê
Se baila
Me leva, Olodum, em tua onda
Que eu quero ir (viajar)
Olodum, navio negreiro
Atracou em Salvador
Trouxe a música emitindo ideais da negra cor
E hoje exalta o mar, condutor da embarcação
E hoje exalta o mar, condutor da embarcação
Viaja, ê
Se baila
Me leva, Olodum, em tua onda
Que eu quero ir (pro mar)
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer
Se Deus quiser
Quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer

Mas do depois de saudar todos os santos e orixás da Bahia, é hora de dá a “volta no trio”, porque o grande clímax festivo da nossa gente é mesmo o Carnaval, um delírio de massas que já se estende por sete dias, desde a quarta-feira até a manhã da quarta-feira de Cinzas. A maior festa do mundo em participação popular, que toma diversas cidades, como seus foliões - fantasiados ou pulando como "pipoca" atrás dos trios independentes, ou vestidos nos abadás e becas de seus blocos preferidos.

 
Mas tudo acaba na quarta-feira de cinzas, onde começa a QUARESMA, ou melhor, o inicio da Semana Santa, onde são realizados os ritos de preparação da Páscoa para todos os povos.
Vale dizer, que para o baiano essa melancolia de que tudo perdeu seu brilho e sua cores dura pouco!
Lembre-se:
O verão vai de 21 de dezembro de 2009 a 21 de março de 2010.
O horário de verão 2009/2010, que começou no dia 18 de outubro de 2009, vai acabar na zero hora do terceiro domingo do mês de fevereiro de 2010, o dia 21 de fevereiro. Isso significa que da noite de sábado 20 de fevereiro para domingo 21 de fevereiro.

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