quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

CICLO DE FORMAÇÃO

A reflexão feita sobre os Ciclos de Formação são baseadas no capítulo “Ciclos de Formação: o que significam?” do livro “ Ciclos de Formação: uma proposta transformadora”, de Andréa Krug e no capítulo “ Ciclos de Formação uma nova escola é necessária e possível”, escrito por Jose Clovis de Azevedo, do livro “Ciclos em Revista: a construção de uma outra escola possível”, organizado por Andréa Krug.

Os Ciclos de Formação diferencia-se da concepção de educação seriada, ainda, muito presente nas escolas brasileiras. Nos ciclos os alunos não são agrupados pelos níveis de conhecimento adquiridos, como é feito na escola seriada, mas pelas fases de formação: infância ( 6 a 8 anos ); pré- adolescência ( 9 a 11 anos ) e adolescência ( 12 a 14 anos ).
O conteúdo escolar não é buscado na pura pedagogia. Há toda uma pesquisa sócio-antropológica para conhecer a comunidade. É essa pesquisa que vai guiar a proposta pedagógica da escola.
Muitos professores acham que agrupar os alunos por idade não funcionam. Eles preferem a organização por conteúdo aprendido. A concepção de educação do ciclo não concorda com este tipo de organização, porque este modelo tenta homogeneizar as turmas, excluindo os alunos que não estão no nível de desenvolvimento estabelecido pela escola.
O agrupamento dos alunos por fase de formação dá-se pelo entendimento de que todos os educandos têm condições de se desenvolver e estando reunidos na mesma fase de formação não terão que passar pelo constrangimento que muitos alunos passam na estrutura seriada, que coloca um aluno de 12 anos no mesmo espaço que um de 8. Neste caso, há um desânimo da parte do aluno mais velho, pois suas necessidades não são iguais a do seu colega de 8 anos, que está vivendo uma outra fase da vida humana.
Na estrutura seriada é comum, neste caso, que o professor utilize-se dos mesmos recursos, das mesmas atividades, com todos os alunos, resultando na frustração dos alunos mais velhos, que não vê graça na escola e acaba desistido dos seus estudos. Krug, diz que 11,1% dos alunos abandonam a escola todos os anos.
Na concepção seriada, os alunos são reprovados; no Ciclo de Formação isso não acontece, porque a escola não está preocupada com a homogeneização das turmas, mas com o desenvolvimento dos alunos. Então, os professores trabalham com os alunos de diferentes níveis na sala de aula, usando recursos e atividades diferenciadas para atingir os seus objetivos com todos os alunos. E os educandos com mais dificuldades são atendidos no contra-turno, em salas especializadas, que tenta sanar suas diiculdades.
A seriação não se preocupa com a aprendizagem do aluno, pois o professor não toma medidas para fazer com que eles se desenvolvam. Simplesmente, os alunos que não acompanham os mais desenvolvidos ficam para trás e no final do ano são reprovados.
A avaliação nos Ciclos de Formação não é vista como instrumento de reprovação, de exclusão, mas é entendida e usada como forma de diagnosticar o desenvolvimento dos alunos e suas dificuldades.
Fazendo este diagnóstico, o professor tem como se guiar no seu trabalho. O ciclo de Formação é comprometido com a aprendizagem do aluno, por isso não há reprovação. Todos os alunos se desenvolvem durante o ano.

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